Em outubro, Brasil e Rússia completam 180 anos de estabelecimento de relações diplomáticas. Um dos eventos de destaque para marcar a comemoração desta data será a I Mostra de Cinema Brasileiro em Moscou. Entre os dias 21 e 26 de outubro, vinte filmes brasileiros lançados nos últimos dez anos serão exibidos na Sala Grande da Biblioteca de Literatura Estrangeira M. I. Rudomino, todos em sessão gratuita.
Os filmes terão legendas em russo e áudio original em português. Entre os títulos veiculados, constam algumas das mais premiadas e assistidas produções recentes, como Cidade de Deus, Bicho de Sete Cabeças, Central do Brasil, Carandiru e O Invasor. Na seleção, destaque também para Jogo de Cena, Santiago e Edifício Master, nomes de peso do documentário brasileiro, gênero que demonstrou boa aceitação das platéias e reconhecimento unânime da crítica.O projeto tem como objetivo integrar esforços da iniciativa privada e do poder público para disseminação da cultura brasileira no exterior, particularmente da produção cinematográfica contemporânea, numa das mais importantes economias emergentes do mundo.
O cinema brasileiro vive momento favorável nos mercados interno e externo. Juntos, Meu Nome Não É Johnny (2008), Tropa de Elite (2007), Carandiru (2003), Cidade de Deus (2002), Lisbela e o Prisioneiro (2003) e Cazuza (2004) levaram mais de 20 milhões de espectadores aos cinemas. Cidade de Deus, Bicho de Sete Cabeças, Central do Brasil, Abril Despedaçado e O Invasor são exemplos de filmes que percorreram festivais de renome, como o de Berlim, na Alemanha, e o de Cannes, na França, além de colecionarem prêmios internacionais e elogios da crítica especializada. “O cenário atual é de um cinema que entrou de vez na rota das grandes produções mundiais, capaz de aliar qualidade técnica com diversidade de temas e enfoques”, lembra
Ederaldo Kosa, curador e um dos organizadores da Mostra.A I Mostra de Cinema Brasileiro em Moscou se inicia com um coquetel no dia 21 de outubro, na Embaixada do Brasil em Moscou. Até o dia 26, serão exibidos os filmes Lisbela e o Prisioneiro, Jogo de Cena, O Invasor, Vinícius, Se Eu Fosse Você, Cidade de Deus, A Partilha, Santiago, Cão sem Dono, Bicho de Sete Cabeças, Houve uma Vez Dois Verões, Edifício Master, Abril Despedaçado, Zuzu Angel, Central do Brasil, Podecrer!, Cazuza e Carandiru.Segundo Kosa, os filmes selecionados compõem um recorte multifacetado de algumas das produções mais bem-sucedidas do Cinema de Retomada até os dias atuais. Tendo em vista que na cinematografia brasileira contemporânea não há uma única característica estética ou de linguagem, os filmes escolhidos ilustram bem esse painel diversificado. “Além de exibir obras que evidenciam nossas qualidades técnicas e narrativas, nosso objetivo é atender a públicos diversos, oferecendo, em um mesmo evento, comédias, dramas, filmes com viés social, ficções e documentários”, completa.
Para o Embaixador do Brasil em Moscou, Carlos Antonio da Rocha Paranhos, os russos são reconhecidamente um dos povos mais cinéfilos do mundo. “Eles não apenas produziram alguns dos cineastas mais influentes de todos os tempos – tais como Eisenstein, Tarkovsky e, mais recentemente, Sakhurov –, como freqüentam cinemas com muita assiduidade e interesse. Estamos aproveitando este momento em que nossos países comemoram 180 anos de estabelecimento de relações diplomáticas para apresentar à Rússia um amplo painel da cinematografia brasileira recente”, afirma.
Fonte: Linhas & Laudas Comunicação
15 de outubro de 2008
14 de outubro de 2008
Elaine Lage
Estrela número 1 da Vera Cruz, companhia que se instalou no Brasil no final da década de 40 como tentativa de industrialização do cinema nacional, Eliane Lage nasceu na França mas veio para o Brasil ainda bebê – sua avó era francesa. Sua carreira no cinema nacional é curta, com apenas 5 filmes, mas todos clássicos, onde se eternizou como sinônimo da Vera Cruz.No modelo implantado pela companhia, onde havia lugar até para o ´star system´ nos moldes hollywoodiano, a atriz foi a mais perfeita tradução, pela beleza e elegância no porte e estilo clássico de interpretação.
Mas antes da carreira, ela sempre se interessou por trabalhos humanitários, com ações solidárias tanto no Brasil como na Europa. Eliane Lage estrelou o primeiro filme da Vera Cruz, `Caiçara´, de Adolfo Celi e Tom Payne, em 1950. Foi Payne quem levou-a para a Vera Cruz, com quem veio a se casar.Eliane Lage atuou em mais 4 filmes da companhia, sendo que três destes foram dirigido ou co-dirigido pelo marido.
O maior sucesso foi “Sinhá Moça”, em 1953, filme premiado nos festivais de Veneza, Berlim e Peru, com grande destaque também no elenco para a atriz Ruth de Souza. Depois desse filme, a atriz fica alguns anos longe das telas e retorna em 1958 para atuar em seu último filme, `Ravina´, dirigido pelo então crítico de cinema Rubem Biáfora. Após esse trabalho, Eliane Lage abandonou as telas do cinema, deixando órfã uma legião de fãs apaixonados pela eterna ´Sinha Moça´ do cinema nacional.
A atriz foi focalizada no documentário “Eliane”, de Ana Carolina Maciel e Caco Souza, realizado em 2004, que vai ao ar hoje à noite (23h20), pelo Canal Brasil.
Fonte: Mulheres do Cinema Brasileiro
Mas antes da carreira, ela sempre se interessou por trabalhos humanitários, com ações solidárias tanto no Brasil como na Europa. Eliane Lage estrelou o primeiro filme da Vera Cruz, `Caiçara´, de Adolfo Celi e Tom Payne, em 1950. Foi Payne quem levou-a para a Vera Cruz, com quem veio a se casar.Eliane Lage atuou em mais 4 filmes da companhia, sendo que três destes foram dirigido ou co-dirigido pelo marido.
O maior sucesso foi “Sinhá Moça”, em 1953, filme premiado nos festivais de Veneza, Berlim e Peru, com grande destaque também no elenco para a atriz Ruth de Souza. Depois desse filme, a atriz fica alguns anos longe das telas e retorna em 1958 para atuar em seu último filme, `Ravina´, dirigido pelo então crítico de cinema Rubem Biáfora. Após esse trabalho, Eliane Lage abandonou as telas do cinema, deixando órfã uma legião de fãs apaixonados pela eterna ´Sinha Moça´ do cinema nacional.
A atriz foi focalizada no documentário “Eliane”, de Ana Carolina Maciel e Caco Souza, realizado em 2004, que vai ao ar hoje à noite (23h20), pelo Canal Brasil.
Fonte: Mulheres do Cinema Brasileiro
Procura-se ator "com carisma" para viver Lula
Procura-se um ator que encarne Luiz Inácio Lula da Silva no cinema. Mais de 50 candidatos já foram testados pelo diretor Fábio Barreto, que pretende iniciar em janeiro as filmagens do longa "Lula - O Filho do Brasil", baseado no livro homônimo, de Denise Paraná.
A maratona de testes começou depois que João Miguel, premiado pelas atuações como o sertanejo Ranulpho, de "Cinema, Aspirinas e Urubus", e como o retirante Raimundo Nonato, de "Estômago", recusou o papel.
"O personagem Lula é uma figura incrível. Óbvio que eu teria interesse em fazer, mas já estava comprometido com dois outros filmes, "Quincas Berro d'Água", de Sérgio Machado, e "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", de Vinicius Coimbra. Olhei a agenda e vi que não tinha condições de encarar essa empreitada", diz o ator.
De volta à estaca zero, o diretor decidiu que "carisma" é a principal característica que deve ter o intérprete do operário que chegou à Presidência.
A semelhança física com Lula ou a capacidade de imitar suas características mais marcantes não caem na prova. "Alguns atores chegam para o teste falando com a língua presa", conta Barreto. Enganam-se.
Até agora, apenas dois nomes estão confirmados no elenco --o de Glória Pires como dona Lindu, a mãe de Lula, e o de Cleo Pires como Lourdes, sua primeira mulher, que morreu durante a primeira gravidez, quando teve hepatite.
Roteiro mal escrito
"Naquela época [1971], o Brasil detinha um dos maiores índices mundiais de morte no parto ", observa Denise Paraná. A coincidência entre aspectos da biografia de Lula e traços marcantes da história do Brasil foi o que motivou Paraná a escrever o livro, que é sua tese de doutorado em história pela USP. "Eu ouvia Lula contar a vida dele e pensava: "É como um roteiro de filme mal escrito, porque tudo se encaixa'", diz.
Encaixa-se, por exemplo, o momento em que dona Lindu deixa o Nordeste com os filhos em direção a Santos com "o maior movimento de migração interna que tivemos", aponta Paraná. O alcoolismo que marca a trajetória do pai de Lula reflete "um momento de incidência epidêmica da doença no Nordeste", diz ela.
Da mesma forma, é representativo de uma realidade mais geral o fato de que "irmãs de Lula passaram a trabalhar como domésticas no Sudeste e irmãos dele tornaram-se operários de pouca qualificação".
O roteiro foi escrito a seis mãos por Paraná, Fábio Barreto e Daniel Tendler. O escritor Fernando Bonassi se encarrega de dar forma final ao trabalho.
A história começa com o nascimento de Lula e termina no enterro de sua mãe, quando ele tem 35 anos e a condição de líder de massa, como sindicalista. O percurso político-partidário posterior será apenas insinuado, na última imagem.
Barreto diz que a trama contemplará "as diversas mazelas do personagem", porque "esse não é um filme chapa-branca".
"Lançamento continental"
A produção é de Luiz Carlos Barreto, pai do diretor, e de Paula Barreto, sua irmã. "Como produtores, temos de ser megalomaníacos, mantendo os pés no chão", diz o patriarca do clã.
"Pretendemos fazer com esse filme o primeiro lançamento continental de um longa brasileiro", anuncia. A estréia, prevista para o fim de 2009, ocorreria simultaneamente nas Américas e em alguns países europeus, caso se concretizem acordos de co-produção internacional em andamento.
O orçamento também é superlativo para padrões brasileiros --R$ 15 milhões, que Barreto pretende reunir "sem subsídio municipal, estadual ou federal", para evitar críticas.
Para atrair o público a ver "a história de Lula, que é a de todos os Silva", Luiz Carlos Barreto já pensou num slogan: "Você conhece o homem. Mas não conhece a sua história".
Fonte: Folha de S. Paulo
A maratona de testes começou depois que João Miguel, premiado pelas atuações como o sertanejo Ranulpho, de "Cinema, Aspirinas e Urubus", e como o retirante Raimundo Nonato, de "Estômago", recusou o papel.
"O personagem Lula é uma figura incrível. Óbvio que eu teria interesse em fazer, mas já estava comprometido com dois outros filmes, "Quincas Berro d'Água", de Sérgio Machado, e "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", de Vinicius Coimbra. Olhei a agenda e vi que não tinha condições de encarar essa empreitada", diz o ator.
De volta à estaca zero, o diretor decidiu que "carisma" é a principal característica que deve ter o intérprete do operário que chegou à Presidência.
A semelhança física com Lula ou a capacidade de imitar suas características mais marcantes não caem na prova. "Alguns atores chegam para o teste falando com a língua presa", conta Barreto. Enganam-se.
Até agora, apenas dois nomes estão confirmados no elenco --o de Glória Pires como dona Lindu, a mãe de Lula, e o de Cleo Pires como Lourdes, sua primeira mulher, que morreu durante a primeira gravidez, quando teve hepatite.
Roteiro mal escrito
"Naquela época [1971], o Brasil detinha um dos maiores índices mundiais de morte no parto ", observa Denise Paraná. A coincidência entre aspectos da biografia de Lula e traços marcantes da história do Brasil foi o que motivou Paraná a escrever o livro, que é sua tese de doutorado em história pela USP. "Eu ouvia Lula contar a vida dele e pensava: "É como um roteiro de filme mal escrito, porque tudo se encaixa'", diz.
Encaixa-se, por exemplo, o momento em que dona Lindu deixa o Nordeste com os filhos em direção a Santos com "o maior movimento de migração interna que tivemos", aponta Paraná. O alcoolismo que marca a trajetória do pai de Lula reflete "um momento de incidência epidêmica da doença no Nordeste", diz ela.
Da mesma forma, é representativo de uma realidade mais geral o fato de que "irmãs de Lula passaram a trabalhar como domésticas no Sudeste e irmãos dele tornaram-se operários de pouca qualificação".
O roteiro foi escrito a seis mãos por Paraná, Fábio Barreto e Daniel Tendler. O escritor Fernando Bonassi se encarrega de dar forma final ao trabalho.
A história começa com o nascimento de Lula e termina no enterro de sua mãe, quando ele tem 35 anos e a condição de líder de massa, como sindicalista. O percurso político-partidário posterior será apenas insinuado, na última imagem.
Barreto diz que a trama contemplará "as diversas mazelas do personagem", porque "esse não é um filme chapa-branca".
"Lançamento continental"
A produção é de Luiz Carlos Barreto, pai do diretor, e de Paula Barreto, sua irmã. "Como produtores, temos de ser megalomaníacos, mantendo os pés no chão", diz o patriarca do clã.
"Pretendemos fazer com esse filme o primeiro lançamento continental de um longa brasileiro", anuncia. A estréia, prevista para o fim de 2009, ocorreria simultaneamente nas Américas e em alguns países europeus, caso se concretizem acordos de co-produção internacional em andamento.
O orçamento também é superlativo para padrões brasileiros --R$ 15 milhões, que Barreto pretende reunir "sem subsídio municipal, estadual ou federal", para evitar críticas.
Para atrair o público a ver "a história de Lula, que é a de todos os Silva", Luiz Carlos Barreto já pensou num slogan: "Você conhece o homem. Mas não conhece a sua história".
Fonte: Folha de S. Paulo
Filme brasileiro "Estômago" ganha prêmio em festival na França
O filme brasileiro "Estômago", de Marcos Jorge, foi premiado neste sábado (4) com o Prêmio Especial do Júri do Festival de Biarritz, na França. O grande vencedor do festival foi "Dioses", do peruano Josué Méndez.
Primeiro longa-metragem de Marcos Jorge, artista conhecido por suas instalações de vídeo e diretor de vários curtas e um documentário, "Estômago" narra a história de Raimundo Nonato (João Miguel), imigrante nordestino que chega a uma grande cidade sem dinheiro e sem profissão, mas que possui uma valiosa qualidade: tem instinto de cozinheiro.
Mais tarde, seu "dom" para a cozinha o leva a ser contratado por um bom restaurante, no qual se inicia nos segredos da gastronomia italiana e dos bons vinhos.
O diretor, porém, com uma montagem de idas e vindas no tempo, também mostra Raimundo na prisão, conseguindo um espaço graças a seus dons na cozinha no duro mundo carcerário.
Seus conhecimentos culinários avançam assim ao mesmo ritmo de sua compreensão dos mecanismos que comandam a sociedade.
Apresentado como uma "fábula gastronômica", o longa leva o espectador de surpresa em surpresa, em um crescendo no qual a trivial história do pobre cozinheiro se transforma em uma feroz parábola do poder: o poder de dar de comer é um verdadeiro poder e no mundo alguns comem e outros são devorados.
"A cozinha e a prisão são espaços fechados nos quais os conflitos humanos se exacerbam, são universos representativos do funcionamento da sociedade, da forma como se organizam as relações entre os homens", declarou o diretor, em Biarritz.
O júri da 17ª edição do Festival de Biarritz de Cinemas e Culturas da América Latina foi presidido pela atriz francesa Elsa Sylverstein.
Fonte: Folha Online/ France Presse
Primeiro longa-metragem de Marcos Jorge, artista conhecido por suas instalações de vídeo e diretor de vários curtas e um documentário, "Estômago" narra a história de Raimundo Nonato (João Miguel), imigrante nordestino que chega a uma grande cidade sem dinheiro e sem profissão, mas que possui uma valiosa qualidade: tem instinto de cozinheiro.
Mais tarde, seu "dom" para a cozinha o leva a ser contratado por um bom restaurante, no qual se inicia nos segredos da gastronomia italiana e dos bons vinhos.
O diretor, porém, com uma montagem de idas e vindas no tempo, também mostra Raimundo na prisão, conseguindo um espaço graças a seus dons na cozinha no duro mundo carcerário.
Seus conhecimentos culinários avançam assim ao mesmo ritmo de sua compreensão dos mecanismos que comandam a sociedade.
Apresentado como uma "fábula gastronômica", o longa leva o espectador de surpresa em surpresa, em um crescendo no qual a trivial história do pobre cozinheiro se transforma em uma feroz parábola do poder: o poder de dar de comer é um verdadeiro poder e no mundo alguns comem e outros são devorados.
"A cozinha e a prisão são espaços fechados nos quais os conflitos humanos se exacerbam, são universos representativos do funcionamento da sociedade, da forma como se organizam as relações entre os homens", declarou o diretor, em Biarritz.
O júri da 17ª edição do Festival de Biarritz de Cinemas e Culturas da América Latina foi presidido pela atriz francesa Elsa Sylverstein.
Fonte: Folha Online/ France Presse
Ancine anuncia ações para ampliar freqüência nos cinemas
O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, anunciou ações para aumentar o consumo de filmes brasileiros em cinemas de todo o país. As medidas foram comunicadas durante o RioMarket, encontro internacional de negócios realizado em paralelo ao Festival do Rio, entre os dias 26 de setembro a 7 de outubro. Entre as medidas anunciadas pelo diretor-presidente da Ancine destaca-se uma campanha envolvendo todos os setores do mercado em torno da valorização do cinema nacional. As demais ações se referem à implantação do Vale-Cinema e à introdução de mecanismos de estímulo à construção de novas salas de exibição.
A campanha de valorização do cinema brasileiro deverá contar com ações de mídia associada à venda de ingressos a preços promocionais. A previsão é que a campanha seja realizada em novembro, mês do cinema brasileiro, e que tenha a duração de duas semanas. De acordo com Manoel Rangel, a expectativa é de que participem todas as salas de cinema do país que estejam exibindo filmes brasileiros no período, com promoções válidas para as sessões realizadas entre as segundas e quintas-feiras.
“Esperamos com esta ação atrair novos segmentos da população brasileira para as salas de cinema, aumentando a freqüência nas sessões de filmes nacionais ao mesmo tempo em que reforçamos a divulgação dos filmes brasileiros”, afirmou Manoel Rangel. Para o diretor-presidente da Ancine, há um forte potencial de crescimento do consumo de produtos audiovisuais no Brasil, sobretudo amparado pela ascensão das classes C e D. “Cabe ao filme brasileiro um papel essencial na busca pela expansão do mercado, como demonstraram os resultados do mercado em 2003 e 2004”, completou.
Contando desde já com a adesão e o compromisso de amplas camadas dos agentes econômicos do setor, tais como as associações de produtores e exibidores, da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABPEC), da Globo Filmes e da Rede Globo de Televisão, a diretoria da Ancine espera alcançar resultados significativos na atração de novos consumidores de filmes brasileiros e na freqüência das salas de cinema.
Vale-Cinema - Manoel Rangel também informou a determinação da Agência em implantar um programa especial de fomento para estimular os segmentos das classes C e D a consumirem filmes brasileiros nas salas de cinema e videolocadoras. Com o título provisório de “Vale-Cinema”, a idéia é promover uma articulação com empresários brasileiros, que destinariam o “vale” aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos.
Segundo o diretor-presidente da Ancine, a idéia é criar um programa nos mesmo moldes do Vale-Cultura, em exame pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional. “O mercado de cinema e audiovisual no Brasil ainda não conseguiu posicionar-se de modo a acolher melhor esta nova realidade do país, com base no potencial de consumo das classes C e D, que desejam consumir produtos audiovisuais brasileiros, como atestam as pesquisas de mercado publicadas recentemente. Nós estamos buscando todas as medidas possíveis para alcançar este crescimento e o Vale-Cinema é uma delas, uma espécie de programa piloto”, declarou Rangel.
Novas salas – O estímulo à construção de salas de cinema também é uma das medidas em operação na Ancine para induzir a expansão do mercado, sobretudo nas regiões onde há demanda reprimida. Conforme Manoel Rangel, a idéia é que as novas salas construídas estejam associadas à oferta de preços menores ao consumidor, e estejam em maior proximidade com o público potencial de cinema das classes C e D.
Entre os instrumentos para estimular a construção de novas salas, o diretor-presidente da Ancine citou a revisão normativa sobre o uso de recursos incentivados na construção de salas; a criação de uma linha de ação do Fundo Setorial do Audiovisual no segundo semestre de 2009, e a publicação da nova instrução normativa dos Funcines.
“Para que as medidas mencionadas resultem no crescimento do mercado de cinema e audiovisual brasileiro, a Ancine entende que é necessária a criação de um grande pacto, com o empenho de todos os agentes econômicos que compõe a indústria do audiovisual no país”, concluiu Manoel Rangel.
Fonte: Ancine (Agência Nacional do Cinema)
A campanha de valorização do cinema brasileiro deverá contar com ações de mídia associada à venda de ingressos a preços promocionais. A previsão é que a campanha seja realizada em novembro, mês do cinema brasileiro, e que tenha a duração de duas semanas. De acordo com Manoel Rangel, a expectativa é de que participem todas as salas de cinema do país que estejam exibindo filmes brasileiros no período, com promoções válidas para as sessões realizadas entre as segundas e quintas-feiras.
“Esperamos com esta ação atrair novos segmentos da população brasileira para as salas de cinema, aumentando a freqüência nas sessões de filmes nacionais ao mesmo tempo em que reforçamos a divulgação dos filmes brasileiros”, afirmou Manoel Rangel. Para o diretor-presidente da Ancine, há um forte potencial de crescimento do consumo de produtos audiovisuais no Brasil, sobretudo amparado pela ascensão das classes C e D. “Cabe ao filme brasileiro um papel essencial na busca pela expansão do mercado, como demonstraram os resultados do mercado em 2003 e 2004”, completou.
Contando desde já com a adesão e o compromisso de amplas camadas dos agentes econômicos do setor, tais como as associações de produtores e exibidores, da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (ABPEC), da Globo Filmes e da Rede Globo de Televisão, a diretoria da Ancine espera alcançar resultados significativos na atração de novos consumidores de filmes brasileiros e na freqüência das salas de cinema.
Vale-Cinema - Manoel Rangel também informou a determinação da Agência em implantar um programa especial de fomento para estimular os segmentos das classes C e D a consumirem filmes brasileiros nas salas de cinema e videolocadoras. Com o título provisório de “Vale-Cinema”, a idéia é promover uma articulação com empresários brasileiros, que destinariam o “vale” aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos.
Segundo o diretor-presidente da Ancine, a idéia é criar um programa nos mesmo moldes do Vale-Cultura, em exame pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional. “O mercado de cinema e audiovisual no Brasil ainda não conseguiu posicionar-se de modo a acolher melhor esta nova realidade do país, com base no potencial de consumo das classes C e D, que desejam consumir produtos audiovisuais brasileiros, como atestam as pesquisas de mercado publicadas recentemente. Nós estamos buscando todas as medidas possíveis para alcançar este crescimento e o Vale-Cinema é uma delas, uma espécie de programa piloto”, declarou Rangel.
Novas salas – O estímulo à construção de salas de cinema também é uma das medidas em operação na Ancine para induzir a expansão do mercado, sobretudo nas regiões onde há demanda reprimida. Conforme Manoel Rangel, a idéia é que as novas salas construídas estejam associadas à oferta de preços menores ao consumidor, e estejam em maior proximidade com o público potencial de cinema das classes C e D.
Entre os instrumentos para estimular a construção de novas salas, o diretor-presidente da Ancine citou a revisão normativa sobre o uso de recursos incentivados na construção de salas; a criação de uma linha de ação do Fundo Setorial do Audiovisual no segundo semestre de 2009, e a publicação da nova instrução normativa dos Funcines.
“Para que as medidas mencionadas resultem no crescimento do mercado de cinema e audiovisual brasileiro, a Ancine entende que é necessária a criação de um grande pacto, com o empenho de todos os agentes econômicos que compõe a indústria do audiovisual no país”, concluiu Manoel Rangel.
Fonte: Ancine (Agência Nacional do Cinema)
Cinema Novo
"[O cinema novo] era aquele cujo ideário envolvia a articulação de demandas hoje bem conhecidas: um estilo moderno de cinema de autor, a câmera na mão, o despojamento, a luz 'brasileira' sem maquiagem no confronto com o real, o baixo orçamento compatível com os recursos e o compromisso de transformação social."
(extraído do livro Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, de Glauber Rocha)
Depois do declínio da industria e da falência das companhias cinematográficas em meados da década de 50, toda uma geração de cineastas frustrados pelo ocorrido se unem para criar um cinema mais próximo ao real, com um custo reduzido e com muito conteúdo, denominado Cinema Novo. O Cinema Novo, que foi criado na década de 60, abordava uma temática diferente da proposta mostrada nas décadas passadas, e tinha a intenção de recriar o cinema nacional, mostrando a realidade do Brasil e o seu próprio povo.
........................................................
“ Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” esse era o lema de diversos cineastas, a maioria jovens, que inconformados com a alienação das chanchadas e o industrialismo do cinema, saíram à procura de fazer cinema com preocupações sociais, e enraizados na cultura brasileira, na década de 60. Surgia o Cinema Novo, um divisor de águas na própria cultura...”
(extraído do jornal Diário do Senado, do dia 24 de agosto de 2004)
........................................................
O Cinema Novo pode ser dividido em 3 fases. A primeira fase vai de 60 a 64, e abordava o cotidiano e à mitologia do nordeste brasileiro. O núcleo de cineasrtas mais reconhecidos na época era Nelson Pereira do s Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues, Paulo César Saraceni, Leon Hirsman, David Neves, Ruy Guerra, Luiz Carlos Barreto e Glauber Rocha que foi o mais relembrado dos cineastas do Cinema Novo. A frase “ Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça ” de Glauber Rocha virou um lema entre os cineastas da época que faziam parte do Cinema Novo.
Glauber Rocha, um dos ícones do cinema novo, tinha como objetivo mostrar a realidade do Brasil, o sertão, a fome ou seja denunciar as injustiças sociais. Como descreve Ivana Bentes.
........................................................
“Glauber parte de um discurso de politização da natureza e naturalização da cultura na contramão dos discursos de oposição dos 2 pólos. Dessa forma vemos a utilização dos elementos e cenário naturais de forma dinâmica e atuante e uma dramatização dos cenários. Os seus personagens pertencem à terra e se confundem com a paisagem. A cultura é mostrada não como algo que opõe a natureza mas como a natureza é continuada por outros meios.”
(extraído do artigo Terra da Fome e Sonho: o paraíso material de Glauber Rocha)
........................................................
A estética mostrada e abordada por Glauber Rocha pode ser notada no filme Deus e o Diabo na Terra do Sol de 1963, um dos filmes marcantes do Cinema Novo. Confirmado por Ivana Bentes.
........................................................
“O filme denuncia as injustiças sociais no Brasil da época em que foi feito, e representa de forma muito eficaz o espírito de contestação tão fortemente ativo na cultura brasileira na década de 60(...) O filme é marcado pelos contrastes: imagens hediondas como a carcaça apodrecida de um animal – que evocam a idéia da miséria e da fome se contrapões a outras – como a visão do mar na última cena – que simbolizam a fé e a esperança. O título indica a constante luta entre o bem e o mal, a salvação e a danação, a justiça e a injustiça, o povo e as elites”
(idem acima)
........................................................
A segunda fase do Cinema Novo vai de 64 a 68 e abordava os equívocos da ditadura militar e da política. Filmes como O Desafio (1968) de Gustavo Dahl e Terra em Transe ( 1967 ) de Glauber Rocha, foram os mais marcantes desta fase. A terceira fase do Cinema Novo vai de 1968 a 1972 e tem como maior influência o tropicalismo, com as características do exotismo brasileiro, mostrando plantas, animais e índios como no filme Macunaíma (1969) “ O brasileiro preguiçoso e fanfarrão sensual e depravado, que luta para ganhar dinheiro sem trabalhar ” (Carlos Roberto de Souza – A fascinante aventura do cinema Brasileiro). Mas essa terceira fase foi interrompida pela repressão politica, fazendo com que alguns dos cineastas se exilassem, extinguindo assim o Cinema Novo.
Fonte: Revista Nota Independente
(extraído do livro Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, de Glauber Rocha)
Depois do declínio da industria e da falência das companhias cinematográficas em meados da década de 50, toda uma geração de cineastas frustrados pelo ocorrido se unem para criar um cinema mais próximo ao real, com um custo reduzido e com muito conteúdo, denominado Cinema Novo. O Cinema Novo, que foi criado na década de 60, abordava uma temática diferente da proposta mostrada nas décadas passadas, e tinha a intenção de recriar o cinema nacional, mostrando a realidade do Brasil e o seu próprio povo.
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“ Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” esse era o lema de diversos cineastas, a maioria jovens, que inconformados com a alienação das chanchadas e o industrialismo do cinema, saíram à procura de fazer cinema com preocupações sociais, e enraizados na cultura brasileira, na década de 60. Surgia o Cinema Novo, um divisor de águas na própria cultura...”
(extraído do jornal Diário do Senado, do dia 24 de agosto de 2004)
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O Cinema Novo pode ser dividido em 3 fases. A primeira fase vai de 60 a 64, e abordava o cotidiano e à mitologia do nordeste brasileiro. O núcleo de cineasrtas mais reconhecidos na época era Nelson Pereira do s Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues, Paulo César Saraceni, Leon Hirsman, David Neves, Ruy Guerra, Luiz Carlos Barreto e Glauber Rocha que foi o mais relembrado dos cineastas do Cinema Novo. A frase “ Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça ” de Glauber Rocha virou um lema entre os cineastas da época que faziam parte do Cinema Novo.
Glauber Rocha, um dos ícones do cinema novo, tinha como objetivo mostrar a realidade do Brasil, o sertão, a fome ou seja denunciar as injustiças sociais. Como descreve Ivana Bentes.
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“Glauber parte de um discurso de politização da natureza e naturalização da cultura na contramão dos discursos de oposição dos 2 pólos. Dessa forma vemos a utilização dos elementos e cenário naturais de forma dinâmica e atuante e uma dramatização dos cenários. Os seus personagens pertencem à terra e se confundem com a paisagem. A cultura é mostrada não como algo que opõe a natureza mas como a natureza é continuada por outros meios.”
(extraído do artigo Terra da Fome e Sonho: o paraíso material de Glauber Rocha)
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A estética mostrada e abordada por Glauber Rocha pode ser notada no filme Deus e o Diabo na Terra do Sol de 1963, um dos filmes marcantes do Cinema Novo. Confirmado por Ivana Bentes.
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“O filme denuncia as injustiças sociais no Brasil da época em que foi feito, e representa de forma muito eficaz o espírito de contestação tão fortemente ativo na cultura brasileira na década de 60(...) O filme é marcado pelos contrastes: imagens hediondas como a carcaça apodrecida de um animal – que evocam a idéia da miséria e da fome se contrapões a outras – como a visão do mar na última cena – que simbolizam a fé e a esperança. O título indica a constante luta entre o bem e o mal, a salvação e a danação, a justiça e a injustiça, o povo e as elites”
(idem acima)
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A segunda fase do Cinema Novo vai de 64 a 68 e abordava os equívocos da ditadura militar e da política. Filmes como O Desafio (1968) de Gustavo Dahl e Terra em Transe ( 1967 ) de Glauber Rocha, foram os mais marcantes desta fase. A terceira fase do Cinema Novo vai de 1968 a 1972 e tem como maior influência o tropicalismo, com as características do exotismo brasileiro, mostrando plantas, animais e índios como no filme Macunaíma (1969) “ O brasileiro preguiçoso e fanfarrão sensual e depravado, que luta para ganhar dinheiro sem trabalhar ” (Carlos Roberto de Souza – A fascinante aventura do cinema Brasileiro). Mas essa terceira fase foi interrompida pela repressão politica, fazendo com que alguns dos cineastas se exilassem, extinguindo assim o Cinema Novo.
Fonte: Revista Nota Independente
Companhia Cinematográfica Vera Cruz
Em 1949, empresários de São Paulo criam a Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Durante quatro anos, a Vera Cruz realiza 18 filmes de longa-metragem e marca uma época no cinema brasileiro.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo, em 1945, São Paulo vive um momento de efervescência cultural. Revistas de divulgação artística, conferências, seminários e exposições agitam a vida paulista.No final dos anos 40, são inaugurados o Museu de Arte Moderna e o MASP - Museu de Arte de São Paulo. Na mesma época, Franco Zampari, empresário de origem italiana, monta uma companhia teatral de alto nível, o TBC - Teatro Brasileiro de Comédia. Cresce o interesse pelo cinema. Intelectuais fundam cineclubes e movimentam grupos de debates.
Em 1949, Franco Zampari e um grupo de empresários fundam a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.Constróem estúdios gigantescos e caros. Importam os melhores equipamentos disponíveis no exterior. Os empresários tomam como modelo o cinema de Hollywood, nos Estados Unidos."Produção Brasileira de Padrão Internacional." Com este lema, a Vera Cruz se propõe a realizar um cinema brasileiro em bases industriais.
A primeira produção da Vera Cruz é o filme "Caiçara", dirigido por Adolfo Celi. É todo filmado em Ilhabela, litoral de São Paulo, para onde foram deslocados o elenco, a equipe técnica e os pesados equipamentos de filmagem. O lançamento de "Caiçara" é feito com grande publicidade.
O ritmo de produção da Vera Cruz é intenso.Os lançamentos se sucedem, às vezes em intervalos de poucos meses.
Em janeiro de 1953, estréia "O Cangaceiro", dirigido por Lima Barreto. "O Cangaceiro" é premiado no Festival de Cannes como o melhor filme de aventura daquele ano e torna-se um sucesso de bilheteria.
O sonho brasileiro de uma indústria de cinema dura poucos anos. Em 1954, a Companhia Vera Cruz entra em declínio. Entre os motivos de sua decadência está a ausência de um sistema próprio de distribuição. Os distribuidores e os exibidores ficavam com mais de 60% da arrecadação. Havia ainda a dificuldade de colocar o filme brasileiro no competitivo mercado internacional.
A Vera Cruz é prejudicada também pela concorrência desigual com os filmes estrangeiros no Brasil. O preço dos ingressos das salas de cinema era tabelado. A inflação diminuía o valor real do ingresso e fazia cair a arrecadação dos filmes. Para os filmes estrangeiros norte-americanos, o governo brasileiro pagava a diferença entre o câmbio do dólar oficial e do paralelo.Apesar de só ter durado alguns anos, a Vera Cruz formou uma geração de cineastas e profissionais de cinema. A qualidade técnica e artística de seus filmes marcou uma época e mostrou a viabilidade do cinema brasileiro.
Fonte: TV Cultura
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e da ditadura do Estado Novo, em 1945, São Paulo vive um momento de efervescência cultural. Revistas de divulgação artística, conferências, seminários e exposições agitam a vida paulista.No final dos anos 40, são inaugurados o Museu de Arte Moderna e o MASP - Museu de Arte de São Paulo. Na mesma época, Franco Zampari, empresário de origem italiana, monta uma companhia teatral de alto nível, o TBC - Teatro Brasileiro de Comédia. Cresce o interesse pelo cinema. Intelectuais fundam cineclubes e movimentam grupos de debates.
Em 1949, Franco Zampari e um grupo de empresários fundam a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.Constróem estúdios gigantescos e caros. Importam os melhores equipamentos disponíveis no exterior. Os empresários tomam como modelo o cinema de Hollywood, nos Estados Unidos."Produção Brasileira de Padrão Internacional." Com este lema, a Vera Cruz se propõe a realizar um cinema brasileiro em bases industriais.
A primeira produção da Vera Cruz é o filme "Caiçara", dirigido por Adolfo Celi. É todo filmado em Ilhabela, litoral de São Paulo, para onde foram deslocados o elenco, a equipe técnica e os pesados equipamentos de filmagem. O lançamento de "Caiçara" é feito com grande publicidade.
O ritmo de produção da Vera Cruz é intenso.Os lançamentos se sucedem, às vezes em intervalos de poucos meses.
Em janeiro de 1953, estréia "O Cangaceiro", dirigido por Lima Barreto. "O Cangaceiro" é premiado no Festival de Cannes como o melhor filme de aventura daquele ano e torna-se um sucesso de bilheteria.
O sonho brasileiro de uma indústria de cinema dura poucos anos. Em 1954, a Companhia Vera Cruz entra em declínio. Entre os motivos de sua decadência está a ausência de um sistema próprio de distribuição. Os distribuidores e os exibidores ficavam com mais de 60% da arrecadação. Havia ainda a dificuldade de colocar o filme brasileiro no competitivo mercado internacional.
A Vera Cruz é prejudicada também pela concorrência desigual com os filmes estrangeiros no Brasil. O preço dos ingressos das salas de cinema era tabelado. A inflação diminuía o valor real do ingresso e fazia cair a arrecadação dos filmes. Para os filmes estrangeiros norte-americanos, o governo brasileiro pagava a diferença entre o câmbio do dólar oficial e do paralelo.Apesar de só ter durado alguns anos, a Vera Cruz formou uma geração de cineastas e profissionais de cinema. A qualidade técnica e artística de seus filmes marcou uma época e mostrou a viabilidade do cinema brasileiro.
Fonte: TV Cultura
Alex Viany
O crítico do velho e do novo Alex Viany foi o historiador que acompanhou o cinema brasileiro mais de perto nos anos 50, e viu o fim da Vera Cruz e o nascimento do Cinema Novo. O historiador também foi crítico e ensaísta, e trabalhou em Hollywood para a revista Cruzeiro entre 1945 e 1948.
Com o surgimento do Cinema Novo, Viany foi um dos primeiros a escrever sobre a identidade do cinema brasileiro, através de uma análise do “velho e do novo”. Dirigiu três filmes, curtas e documentários, sendo os mais importantes “Agulha no Palheiro” (1962) e “A Noiva da Cidade” (1978).
Com o surgimento do Cinema Novo, Viany foi um dos primeiros a escrever sobre a identidade do cinema brasileiro, através de uma análise do “velho e do novo”. Dirigiu três filmes, curtas e documentários, sendo os mais importantes “Agulha no Palheiro” (1962) e “A Noiva da Cidade” (1978).
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